A sensação da tua presença permanece pairando minha existência
como o espírito da revolução numa cidade em chamas.
Teus lábios se afastam de mim.
E eu continuo com o gosto deles na minha língua
como uma memória pueril que guardamos num cômodo especial da mente.
Tu és tão leve e tranquilo, e sou densa e irritada.
Porém tua presença é tão pesada
quanto uma pétala despencando sob meu ser
e fazendo dele uma intrépida flor
Peço orientação à Lua
enquanto tu me queimas com o Sol refletido no teu sorriso.
Estendo a mão para ser guiada pela tua
sem saber se tu estás tão perdido quanto eu.
E só posso implorar por gentileza
pois aprendi a descansar recentemente
após longos meses andando em círculos
buscando uma saída para fora de mim.
Lua, devo convidá-lo para entrar?
Não quero sentir o desejo de sair de mim para alcançar alguém novamente.
Ele está disposto a ficar?
ou é somente o vagante almejando embaraçar minha mente?
Só posso deixar a porta aberta
e esperar que ele entre para partilhar do chá.