“The Chasseur In The Forest” by Caspar David Friedrich. 1814
Meu coração treme
Não sei se de angústia ou de frio
As árvores me chamam
E não tenho mais medo do vazio
As montanhas não choram
Não sei se os deuses podem me ouvir
Em noites de calor, o rio canta para eu dormir.
Quem se cala nessa bagunça cósmica,
dança no barulho.
A natureza sussurra manhãs frias
em pleno mês de julho.
O caos repousa na eterna inconstância que é o tempo.
Se amanhã eu não estiver mais aqui,
encontra-me no vento.
A dúvida me chamou para conversar
Ofereceu-me um terreno no inferno e uma xícara de chá.
Meus dedos ao percorrerem tua pele
Encontram nela as palavras que curam o silêncio que me fere.
Tua mera existência é uma tragédia grega
Atormentando minhas noites,
como uma mãe espera o filho que não chega.
Quando os universos colidirem
Ninguém sai de casa
A desordem me reclama
E minha alma se esvai em brasa.